Um novo artigo da "Trends in Cognitive Sciences" explora como os neurocientistas cognitivos estão se tornando cada vez mais interessados em compreender a hipnose e a estão usando para simular estados incomuns de consciência no laboratório.
A Hipnose era tipicamente tratado com desconfiança pela ciência cognitiva, até que de um ponto de virada veio quando um estudo de 2000 demonstrou que as pessoas hipnotizadas para ver a cor cinza em painéis, mostraram atividades nas áreas de percepção da cor no cérebro.
Mitos sobre a hipnose ainda são comuns, mas a hipnose nada mais é do que a disposição de uma pessoa em um processo de sugestão. A indução hipnótica, com o esteriótipo do: contando de trás para frente e o "você está se sentindo sonolento", ajuda mas não é necessário.
Crucialmente, e por razões que ainda não estão claras, todos nós variamos em nossa capacidade de sermos hipnotizados. Esta característica é conhecida por ser mais estável do que o QI, e normalmente distribuído (estatisticamente), como muitos outros traços psicológicos.
Em outras palavras, todos nós podemos experimentar o relaxamento e concentração, e todos nós podemos imaginar o que o "hipnotizador" está sugerindo, mas apenas pessoas mais altamente hipnotizáveis têm a experiência das sugestões como involuntária, como se estivessem acontecendo "sozinhas".
Pesquisas recentes têm sugerido que pessoas altamente hipnotizáveis podem desassociar o processo que "olha para fora" quando têm demandas concorrentes de atenção, a partir de um processo que nos permite focar em qual das tarefas concorrentes precisamos fazer dentro de casa.
Em outras palavras, para pessoas altamente hipnotizáveis, sugestões para experimentar coisas contrárias à realidade cotidiana podem ser capazes de produzir efeitos porque o mecanismo normal de detectar e distinguir foi temporariamente suspenso.
Combinando sugestões cuidadosamente elaboradas, essa capacidade permite aos pesquisadores simular certos estados mentais em experiências no laboratório.
Por exemplo, hipnoticamente sugerir cegueira, paralisia ou perda de sensibilidade têm sido usados para simular os sintomas da "histeria" ou distúrbio de conversão, uma condição em que os sintomas neurológicos aparecem sem qualquer dano ao sistema nervoso presente.
Outros estudos têm utilizado a hipnose para simular a sensação de que o corpo está sendo controlado por forças externas, um sintoma comum na psicose, ou em que o paciente pensa que seu reflexo no espelho é o de outra pessoa, uma ilusão chamada de "mirror misidentification".
Em 2008, pesquisadores usaram a hipnose para a amnésia psicogênica simulada, uma perda de memória apenas para informações antigas, apesar do fato de que os pacientes não tinham nenhuma das lesões cerebrais associadas com a síndrome de amnésia clássica.
Este artigo cobre as pesquisas em que a ciência tenta entender a hipnose por ela mesma, e a ciência que usa a hipnose como uma ferramenta de laboratório, é uma ótima introdução à pesquisa em neurociência nesta área de desenvolvimento.
Texto original: Mind Hacks
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