Como sempre inovador, Bob fez sua palestra em formato de Quiz (que contou com premiação dos 3 primeiros colocados presentes na reunião do CBI - o primeiro deles, mais caro que uma anualidade da assoociação).
Tihany (cujo nome de batismo é Franz Czeisler) nasceu na Hungria. Entrou no picadeiro aos 12 anos como tratador de animais. Hoje, Embaixador Mundial do Circo, outorgado pela família real de Mônaco, Doutor Honoris Causa pela Universidad Mesoamericana de Puebla, no México, e presidente do júri do Internacional Circus Festival of Budapest, na Hungria.
Imigrou para o Uruguai. Em Montevidéu, no Carnaval de 1930, encontrou pela primeira vez um espetáculo que unia mágica, faquirismo e bichos: leões, tigres, crocodilos e jacarés. Era conduzido por um grande faquir calabrês chamado Blacaman. Só que o espetáculo não acontecia dentro de um circo, mas no Teatro Artigas, que na época completava cem anos de fundação. Então, ofereceu-se para trabalhar lá como ajudante.
Começou dando água e comida aos leões, e limpando as jaulas. Daquela função passou a ser assistente de mágico. Com ele, aprendeu a deitar no prego, bailar sobre o vidro, comer fogo, engolir espadas e a colocar a cabeça na boca do crocodilo. Do Uruguai, a trupe excursionou para França e em Paris trabalhou pela última vez com Blacaman. De lá, voltou para Hungria.
A experiência com Blacaman o fez se apaixonar pela mágica. De volta à sua casa, já com 18 anos, resolveu que viveria só de mágica. Conseguiu reunir cosigo um palhaço, uma malabarista, um acrobata e, juntos, passamos a percorrer a Hungria. Viajavam de povoado em povoado oferecendo o espetáculo. Na maioria deles, por serem lugares pequenos e muito pobres, não havia luz elétrica. Tinham que se apresentar com o auxílio de lâmpadas de petróleo.
Ao lado do faquir calabrês (Blacaman), Tihany se apresentava como Sangaruja. Ao passar por uma pequena cidade húngara, às margens do Lago Balaton, simpatizei-me com o nome da cidade e resolveu adotá-lo. A partir daí seu nome artístico passou a ser Tihany, como hoje o conhecemos.
Casou com sua ajudante de palco, Ilona de 16 anos.
Chegou ao Brasil no dia 6 de maio de 1953 por Santos, ao lado de Ilona e Ludwig, seu filho, na época já com 14 anos, chegou apenas com pequenos baús, que traziam roupas e seus apetrechos de mágica. Saiu em busca de trabalho e foi encontrá-lo no Rio de Janeiror com o Circo Garcia, no Palácio do Alumínio. Eles o contrataram como mágico e Tihany trabalhou quase um ano com os Garcia.
Em 1954, comprou um circo e está com ele até hoje.
Tihany é contra ou a favor dos animais sob as lonas? A favor, claro! Ele mesmo, em seu circo, chegou a ter 100 animais, entre elefantes, zebras, leões, tigres... "Para o espectador isso é bom. Por meio do meu circo, cidades distantes do Brasil tiveram a oportunidade de conhecer de perto animais que nunca imaginariam receber, como uma ave exótica ou um macaco. Só não sou a favor de maltratá-los."
Ao ir para os Las Vegas, EUA, considerada a metrópole dos grandes espetáculos, vendeu aqui no Brasil sua lona a um homem que estava querendo começar em circo: Beto Carrero.
Mas depois disso voltou ao Brasil inúmeras vezes. Mesmo viajando o mundo, sempre fez questão de levar a bandeira verde-amarela do País em nosso mastro. O circo era brasileiro, tinha começado aqui. O Tihany vinha do Brasil.
Ao ser perguntado sobre o segredo do seu sucesso? Tihany disse: "Não existe. Para chegar aonde cheguei, necessita-se de talento e força de vontade. Tem que ser dedicado. Precisa amar o circo."
Atualmente, o Circo Tihany está em Brasília, próximo ao Teatro Nacional
Post escrito com a colaboração do meu amigo, Marcelo Trevisan.
Para rever a apresentação do Bob Ricardo no aniversário do CBI - Aqui
Uma excelente entrevista com o Mágico Tihany - Aqui
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